O bagaço da uva espera para se transformar em energia na serra gaúcha

No final do ano passado a Fundação Proamb, de Bento Gonçalves, e o instituto de agroecologia da Alemanha, Agrosciense, fizeram, em conjunto, a apresentação de uma planta piloto para a produção de “pellets” a partir do bagaço da uva. O equipamento até chegou a funcionar de forma provisória na Vinícola Aurora, só que o projeto não deslanchou e toneladas de resíduos que poderiam estar se transformando em fonte de energia continuam sendo desperdiçadas.

Baga

O bagaço da uva é resíduo abundante na Serra Gaúcha, região que produz 90% dos vinhos, sucos e espumantes do Estado. Na última safra foram colhidos cerca de 700 milhões de quilos de uvas, sendo que 1/5 desse total resulta em bagaço e engaço. Toda essa quantidade poderia ter um destino ecologicamente correto, gerando pellets para utilização como combustível nas caldeiras das vinícolas.

Segundo informou a assessoria de imprensa da Proamb ao Legislativo Sustentável, ainda faltam parceiros dispostos a investir nos equipamentos necessários para que a idéia vingue de uma vez por todas. Diante desse quadro, as caldeiras continuam sendo alimentadas com óleo (combustível fóssil), a um custo três vezes maior. Outra vantagem da utilização dos pellets, está no fato de que o processo de produção dos mesmos ocorreria dentro das própria empresas, tornando-o, assim, sustentável.

Na planta piloto testada na Vinícola Aurora, eram produzidos 10kg de pellets por hora. Uma tonelada deles tem a capacidade de gerar energia equivalente a 500 litros de óleo.

Em outubro de 2012, quando esteve em Bento Gonçalves para apresentar o projeto aos empresários e comunidade da Serra Gaúcha, a ministra de Economia, Energia e Planejamento da Renânia (região localizada no oeste da Alemanha), Eveline Lemke, chegou a declarar, entusiasmada, que “a partir desse projeto, o que era lixo passa a ser visto como matéria prima”. Mas, infelizmente, isso ainda não virou realidade por aqui.

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