Arquiteto inovador em Copenhage lança livro “CIDADE PARA PESSOAS”

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Cidades sustentáveis, vivas, seguras, saudáveis. É em nome e em busca delas que o arquiteto dinamarquês Jan Gehl tem dedicado sua vida. E tem feito tanto, conseguido resultados tão positivos, que hoje é considerado um indispensável filósofo, professor e pensador, quando o assunto é a busca por soluções para a crise ambiental que assusta o planeta.

Pois o livro que revela as experiências de Gehl e aponta caminhos para um futuro com mais qualidade de vida nos centros urbanos acaba de ganhar uma primeira edição em português. A obra, que leva o nome “Cidades Para Pessoas”, foi lançada pela Editora Perspectiva há pouco mais de mês, e tem sido acompanhada por rasgados elogios por parte de todos aqueles que se dedicam a trabalhar em busca de saídas para os problemas assustadores que inundam as cidades atualmente.

Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, considerado no Brasil uma referência no trato dessa ampla e importante questão, está entre aqueles que reconhecem a importância de Jan Gehl. Ficou a seu cargo redigir o prólogo da obra que acaba de ser publicada.

Segundo Lerner, o arquiteto dinamarquês aborda, em seu livro, de forma aprofundada e objetiva “questões que são fundamentais à qualidade de vida na cidade e que se refletem na escala dos espaços, nas soluções de mobilidade, nas dinâmicas que favorecem a vitalidade, sustentabilidade e segurança das áreas urbanas, na valorização dos espaços públicos, nas possibilidades de expressão individual e coletiva, na beleza daquilo que pode ser apreendido ao nível do observador”.

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“Cidades Para Pessoas” traz, em 280 páginas, com textos curtos e muitas fotos, as experiências que fazem hoje seu autor ser o responsável por intervenções urbanísticas em grandes centros do mundo como Estocolmo, Roterdã, Londres, Amã, Melbourne, Sidney, San Francisco, Seattle e Nova Iorque.

Mas o ponto de partida, o trabalho que destacou Jan Gehl e o faz ser esse ícone atualmente, foi mesmo o projeto que implantou em sua Copenhague. Foi lá que, nos anos 60, ele propôs a inversão da lógica de mobilidade na cidade.

Numa década em que era cada vez mais intensa a valorização do tráfego motorizado, dos automóveis particulares, impondo poluição e barulho, ele sugeriu o fechamento de uma das principais avenidas da capital da Dinamarca, a Strogest. Acreditou que através dessa iniciativa radical Copenhague recuperaria um ambiente de convívio das pessoas nos espaços públicos da cidade.

Logicamente sua ideia de tirar os carros da avenida não foi bem aceita por muitos. Só que as pessoas acabaram aceitando o convite para tomar conta da rua e o centro se revitalizou. O calçadão passou a fervilhar de pessoas num saudável convívio que já parecia extinto.

Um ano depois todas as lojas do comércio da região comemoravam lucros antes impensados. A qualidade de vida cresceu a olhos vistos. E hoje Copenhague é um exemplo para todo o planeta, sendo a cidade do primeiro mundo com o maior número de usuários de bicicletas no seu cotidiano.

Jan Gehl não veio ao Brasil para o lançamento de seu livro, mas suas ideias estão aí, ao alcance da mão de quem quiser pensar em cidades nas quais as pessoas possam viver bem. Aos 77 anos, Gehl segue como sócio – fundador que foi – da Gehl Architects. Continua realizando projetos arquitetônicos, mas deixou de ser professor da Real Academia Dinamarquesa de Belas Artes.

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