Vida digital do Poder Público é nova instância da democracia

Coluna do jornalista Sérgio Lerrer para o Pro Legislativo. 

A capacidade de gerar inovação e boas políticas públicas será muito maior se o poder público for “esponja”.  Se puder trazer para dentro do poder público a percepção, capacidades e o olhar da sociedade como um todo.

Está decretada o fim da era do messianismo. Onde eleitos iluminados precisam resolver tudo sozinhos e conduzirem de forma isolada os próximos passos de um governo ou administração pública.  Em um mundo complexo, e que apresenta multiplicidade de conhecimentos bastante específicos, as soluções só podem surgir da soma de complementariedades e visão multidisciplinar.

O poder público pode ser tocado e gerido de forma muito mais colaborativa, de forma muito mais aberta.

Fala-se muito em Governo Aberto , porém com foco somente na transparência, em jogar luz sobre números,  processos e decisões, como  prestação de contas ao cidadão. Por outro lado há núcleos inovadores, como o Laboratório Hacker da Câmara dos Deputados, que trabalham com uma visão com muito mais upgrade: além da transparência, a participação.

Também vejo assim:  quanto maior for a presença e vida digital do poder público, e tendo janelas interativas com as pessoas, humanizando e nivelando o relacionamento entre as partes, maiores serão as possibilidades de encontrarmos soluções para nossos problemas com rapidez e inteligência.

O que precisamos é discutir políticas públicas no mundo digital. Enriquecer o debate diário do que nos gera saltos e ganhos,  aproveitar boas idéias de gente interessada e que pensa no coletivo. É imensa a quantidade de pessoas que hoje se vêem como empreendedores sociais. As próprias empresas, em um capitalismo mais consciente, menos perdulário e interessadas em sobreviver a médio prazo e terem fidelização, também cada vez se vêem mais como empresas sociais. Os controles acionários são cada vez mais pulverizados e adquiridos por fundos de categorias sociais e coletivos.

Ao invés de se ver como salvacionista da administração pública, o poder público deveria enxergar sua atividade muito mais como condutora de inteligências da sociedade, com soluções “aspiradas” de mentes participativas que temos em todo território nacional.

Coletivizar a busca de soluções, além do egocentrismo partidário, é muito importante. E minha visão é de que a melhor plataforma para isso é o mundo digital.  Quanto maior for a presença digital do poder público, com acessibilidade e transparência sim, mas muito mais importante, com janelas interativas e fóruns de discussão, mais rapidamente o poder público terá um repertório de soluções que não seja mais do mesmo.  Precisamos soluções que reflitam o futuro para onde estamos indo, e não que sejam meramente espelhos do menos ruim do nosso passado.

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Sérgio Lerrer é especialista em comunicação legislativa e Publisher do Pro Legislativo.

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