Congresso em Porto Alegre sinaliza que uso qualificado da comunicação é ferramenta fundamental de gestão pública

Ocorreu de 20 a 22 de março o Congresso de Comunicação Pública no IGAM, em Porto Alegre, reunindo palestrantes que, junto com a platéia presente, dividiram experiências e insights para a melhor potencialização da comunicação pública.

Conforme apontado na participação de Marcelo Vitorino, consultor de marketing político e professor da ESPM, a transição das maneiras de formação da opinião pública obriga que os métodos de comunicação e suas respectivas ferramentas também mudem.  Não é possível prosseguir fazer o mesmo de sempre e ainda esperar resultados.

O Secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Porto Alegre, Orestes Andrade Jr, por outro lado, abordou de forma franca aquilo que todos sabem, de que o poder público tem muito poucos recursos e que portanto os chamados departamentos de comunicação precisam se virar com o que tem. Ele dividiu com os presentes a experiência desse desafio na Prefeitura de Porto Alegre, a criação e produção de materiais em redes colaborativas e o papel da criatividade como desencadeador de engajamento.

Elson Sempé Pedroso, jornalista da Câmara Municipal de Porto Alegre, e professor da FAMECOS – Faculdade de Comunicação da PUC-RS, enfatizou a importância de um setor de comunicação estruturado, capaz de proporcionar melhores respostas com equipamentos e profissionais capazes de representar o poder público, e assim oferecer os formatos necessários para imprensa ou para os seus próprios meios de comunicação. Melhores materiais, melhor percepção por parte da população.

Filipi Oliveira, diretor de comunicação há três gestões na Câmara Municipal de Curitiba, partilhou sua vivência de trabalhar administrando crise de imagem da instituição, e o desenvolvimento de um trabalho baseado em transparência, achados de ações que envolvam o cidadão pelo lado de informação mas também emocional, como forma de recolocar o poder público em um patamar de respeito.

Raquel Boechat,  professora da PUC-RS e Diretora da Enfato Comunicação, transmitiu sua grande experiência em assessoria de comunicação, no papel dessa em orientar os contratantes e lideranças, gerar fatos para alcançar bons resultados junto à sociedade, e a relevância de ter programas de ação e estratégias, não sendo apenas reativo, mas também proativo.

Já Soraia Hanna, com passagem em setores de comunicação de quatro Governos Estaduais do Rio Grande do Sul, e diretora da Critério Comunicação, destacou que a tendência é de profissionalização dos setores de comunicação e dos próprios profissionais, ou seja, sem estar condicionado a afinidades partidárias e ideológicas.   Uma equipe realmente profissional é aquela capaz de advertir melhor os líderes e ao mesmo tempo apontar caminhos melhores.

A diretora de comunicação do Senado Federal, Ângela Brandão,  relatou a vivência de um setor estruturado, que procura trabalhar de forma profissional e impessoal em relação aos parlamentares, porém que também tem seus desafios de adaptação nestes tempos de  plataformas digitais. Na sua visão os espaços e meios de comunicação se somam, mas cada um precisa ser ocupado com sua própria linguagem.

O evento teve participação de Vereadores, Jornalistas e profissionais de comunicação de Câmaras Municipais, Prefeituras Municipais e agências especializadas no setor do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

A moderação, condução e curadoria do evento foram do Professor André Barbi e do jornalista Sergio Lerrer.

PESQUISA REALIZADA DURANTE O CONGRESSO DE COMUNICAÇÃO PÚBLICA

Durante a realização do Congresso  os participantes foram instigados a responder quais são os três desafios maiores para comunicação no setor público. Os critérios seriam identificar os obstáculos para que ela  alcance o seu potencial e assuma de vez  papel fundamental como ferramenta na administração pública, capaz de ajudar em tornar efetivas, interativas e republicanas as tomadas de decisões assim como suas adequações e impactos.

Foram escolhidos como  principais os seguintes desafios:

Em primeiro lugar – Necessidade de maior conhecimento dos gestores sobre comunicação. Foi apontado como um dos obstáculos o pouco conhecimento sobre o potencial e mecanismos da comunicação por parte das lideranças de Câmaras Municipais e Prefeituras Municipais, impedindo a fluência adequada do trabalho.

Em segundo lugar – Maior clareza nos Objetivos da Comunicação – Os presentes assinalaram dificuldades de reunir tempo de trabalho, estratégia, energias e recursos para a direção de interesses mais sensíveis daquela gestão e assim ter um rumo e valores definido.

Em terceiro lugar – Expansão da Equipe de Pessoal – De maneira geral os depoimentos dos profissionais participantes do evento é de que, mesmo em poderes públicos de municípios menores, as demandas de comunicação são crescentes e lidam com o desafio de serem multiplataformas.

Ainda foram colocados em destaque desafios como:  necessidade de disponibilidade de verbas de investimento para campanhas nas plataformas digitais,  intensificação de interação com os decisores daquele poder público e redução de conteúdos de auto promoção daquela gestão.

Abaixo Galeria de Fotos do Evento

 

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