A importância das licitações sustentáveis. O cidadão compreende ?

Lavagem carro a seco

Nesta semana passada a Câmara Municipal da pequena cidade de Louveira em São Paulo deu mais um passo em suas ações para dotar de sustentabilidade suas práticas e processos internos. Adquiriu produtos para fazer a lavagem de sua pequena frota de carros no sistema a seco, sem uso de água.

Tratou-se do uso do recurso da chamada Licitação Sustentável. Quando nem sempre o vencedor é aquela proposta de menor preço em relação às outras possibilidades, no caso de lavagem dos carros. Porém foi o menor preço entre os concorrentes com produtos de lavagem a seco de veículos.

Alguns jornalistas, políticos e cidadãos questionam este tipo de licitação. Para eles o que importa é o preço e qualquer real gasto a mais pelo poder público está na verdade cobrindo algum interesse escuso. Quase sempre essa discussão é acirrada, tensa e impregnada de disputas locais do município na questão política.

Porém se por alguns instantes podermos nos libertar deste contexto de briga política, devemos levar em conta o que especialistas de gestão pública dizem em todo mundo: a força econômica do poder público deve ser usada em todas suas escalas e alcances para incentivar uma nova cadeia econômica voltada para um desenvolvimento sustentável.

A força de compra do poder público é muito grande. Tanto no aspecto econômico, como no aspecto ético. Ao optar por algumas compras sustentáveis está criando condições de sobrevivência e perenidade para soluções inovadores e melhores para a cidade e o mundo. Elas podem até sair mais caras no primeiro momento. Porém com o aumento de compras nesta linha elas ganharão mercado e passarão a baratear seus preços a médio prazo.

A China fez isso com as placas de energia solar. Os prédios públicos vem sendo cobertos com estas opções de geração energética. Com isso os preços deste produto já caíram mais de 40%, tornando-se cada vez mais acessíveis para as famílias e residências particulares. É a força da compra do poder público induzindo o mercado em uma direção mais sustentável.

Voltando ao caso da Câmara de Louveira: são poucos veículos na frota, entretanto a população percebendo a tomada de atitude de sua instituição legislativa tem um exemplo de referência para ser multiplicado. Se em tempos de clima adverso, risco de racionamento de água e uma educação ambiental ainda pouco consciente do brasileiro, não seria responsabilidade do Poder Público dar o exemplo ?

Lavar os veículos de forma um pouco mais barata com a água dos reservatórios que levam água potável para a casa das pessoas seria mais responsável ? Não seria o barato que sai caro ?

O cidadão e a imprensa precisam estar preparados a colaborar com o processo de construção de soluções alternativas e renováveis do uso de nossos recursos. Se não for o poder público o desencadeador deste processo, quem será ?

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