Vereadores: ação legislativa precisa ter saber global com aplicação local

 

São as cidades as principais plataformas de transformação na direção do progresso e qualidade de vida da sociedade ocidental. Enquanto municípios, elas são a partícula menor realmente capaz de trazer inovação. É o que mostram trajetórias únicas de cidades como Amsterdã, Copenhagen, Nova Iorque, Bogotá, Medellin, Berlim e outras. Cidades que hoje em dia são referências por acharem seu próprio modelo e ao mesmo tempo serem cosmopolitas.

Cabe aos Governos Federais criar um ambiente favorável ao desenvolvimento. Mas aquelas opções de moldar o meio ambiente e o cenário urbano ao estilo de vida desejado por aquela comunidade cabe às lideranças das cidades.

No Brasil por exemplo há um caso único e curioso, referente à pequena cidade de Antonio Prado no Rio Grande do Sul. Ela participa do programa mundial das chamadas “Slow Cities”, iniciado na Alemanha.

São cidades que passaram a questionar o progresso pelo progresso, a qualquer custo, e avaliam que muitas vezes os resultados não compensam pela perda de valores que caracterizam a localidade.

Essa é uma amostra de quando os governantes dos Municípios podem definir e marca os valores de qualquer município. Prefeitos e vereadores têm a possibilidade de, além de ter a produtividade legislativa, exercerem também atividades inspiracionais para seus cidadãos.

Quando o ex-Prefeito de Nova Iorque Michael Bloomberg andava seguidamente de metrô ele mandava mensagem às pessoas, de “vejam o que faço, aproveitem sua cidade, usem a infra-estrutura, este espaço público é nosso”.

Em São Paulo recentemente – ainda de forma tímida – tivemos o Prefeito Fernando Haddad vestindo capacete e saindo de bicicleta pelas novas ciclovias. São imagens poderosas, valem muito e hoje em dia são multiplicadas pelas redes sociais. Mas isso é importante não só como ato de propaganda eventual, mas sim como exemplo de como buscar qualidade de vida compatível com o senso coletivo.

Independente de onde esteja localizado qualquer município, e seja qual for seu tamanho, todo e qualquer pessoa quer ser cidadão do mundo ao mesmo tempo,também permanece sendo apenas um “nativo” local.

Quando um Vereador agarra-se apenas à fisiologia municipal, quando enxerga apenas de dentro para dentro as questões da cidade, com certeza apequena-se. Com um mundo interconectado, globalizado e com informações instantâneas entre nações, é fundamental unir o saber global à ação local.

O Vereador e Prefeito capazes de absorverem esta percepção têm bom caminho para serem escutados e para serem de fato lideranças em sua comunidade.  Unir a modernidade não é incompatível com manter tradições.