Um novo status e importância para o jornalista que trabalha no legislativo

Coluna do jornalista Sérgio Lerrer para o Pro Legislativo.

Nos últimos dois anos Vereadores e Câmaras Municipais em ritmo cada vez mais acelerado tem descoberto que a comunicação é ferramenta fundamental para sobreviverem politicamente em seus municípios.

Se Governo Federal e Congresso vivem sob constante pressão da opinião pública, imaginem a Prefeitura e a Câmara Municipal com presença local e convivendo diretamente com o cidadão no dia a dia.

A nova geração predominante de eleitores exige satisfações constante, em prazos mais curtos, e tem muito menos tolerância com negligências, descasos e pequenas espertezas da política.

É o fluxo constante de informações diárias publicadas pelo poder público a única vacina de qualidade para poder “acalmar” essa tensão entre sociedade e seus agentes políticos.

Em função disso ganha protagonismo o profissional de comunicação dentro da estrutura do legislativo. Tanto para o exercício diário das tarefas e divulgações, como também como conselheiro para fazer avanços na estrutura de relacionamento da Câmara Municipal com sua comunidade.  É ele que pode idealizar passos para as melhores formas e estratégias de ocupação dos espaços na comunicação offline e online.  Decorrente disso é que vai melhorar ou piorar a percepção do cidadão sobre este poder público.

Assim há uma mudança funcional e ética importante ocorrendo no status deste profissional de comunicação dentro do legislativo municipal. Se por certo tempo ele ingressava nos quadros da casa como assessor da Presidência, ou da mesa diretora, privilegiando os conteúdos de visibilidade destes Vereadores, agora cada vez mais é exigido como prestador de serviços comprometido com a Câmara Municipal como um todo,  com a instituição, sua reputação e uma comunicação em sintonia com os critérios do controle externo.

Aliás, sempre é bom alertar que o uso da comunicação para o personalismo de  Presidente e Mesas Diretoras hoje em dia, ao invés de trazer ganhos de capital político, tem o repúdio da população que identifica o uso da estrutura pública para fins pessoais.

Começa a se formar a percepção de que a reputação da Câmara Municipal também é um patrimônio a ser construído e preservado assim como suas instalações físicas. E que esta imagem precisa ser cuidada com visão de médio e longo prazo. Naturalmente torna-se necessário que também o profissional de comunicação tenha condição de carreira estável, podendo então traçar estes planos e metas de longo prazo, e evoluir o processo de boa apreciação do legislativo com o passar do tempo.

A troca constante de profissionais de comunicação, junto com a troca de presidentes e mesas diretoras,  acaba caracterizando muito mais um trabalho de ocasião, com foco em divulgação pessoal e partidário, de quem ocupa esses cargos.  Quase nunca deixam um legado tangível para a instituição em si.

A progressão da inteligência da comunicação no legislativo depende inclusive da formação e experiência dos profissionais neste setor. A continuidade é fundamental para colher resultados.

O Legislativo cada vez requer mais profissionalização. Para isso precisa deixar de ter políticas passageiras para seus recursos humanos, ao sabor de conveniências políticas aqui e ali. Ainda mais na comunicação, o elo através do qual se justifica e confirma suas competências e capacidades para a sociedade.

A comunicação retroalimenta o legislativo. Quanto mais se comunica, mais é provocado a ter uma produtividade em prol do cidadão.

Sérgio Lerrer é especialista em comunicação legislativa e Publisher do Pro Legislativo.

 

 

 

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