TV Câmara Municipal de posts como Netflix

Coluna do Jornalista Sergio Lerrer para o Pro Legislativo.

O que é a Netflix senão uma plataforma online de posts de filmes que podemos escolher um a um conforme nossa conveniência? A Netflix apenas evidencia o que é destaque e nos envia avisos das novidades.

Dito isso, muitas vezes me pergunto porque para várias câmaras municipais ainda o sonho é ter uma tv nos moldes convencionais,  com programação 24 horas rodando sem parar e chegando na casa das pessoas pelo aparelho que fica na sala.

Será que esse ainda é o sonho do futuro ou do presente? Creio que não. Faz muito pouco sentido a grande parte das câmaras municipais do Brasil, a maior parte de pequeno porte em municípios de baixo orçamento, ainda terem expectativa de ganharem concessões públicas de transmissão e investirem em sistemas dispendiosos de sinal de satélite ou negociações difíceis de entrarem na grade de canais das operadoras de TV por assinatura locais.

O que afinal faz com que as pessoas assinem Netflix – eminentemente pessoas da economia ativa e jovens- ao invés de ficarem plantadas na frente da TV esperando seu programa predileto passar em hora determinada? Por um lado a conveniência de assistir o que deseja na hora que deseja. Mas, sobretudo, o conteúdo relevante, diferente e original que envolve, prende e surpreende o espectador.

A Netflix investiu em 2017  U$ 6 bilhões de dólares em novos conteúdos.  Quanto às Câmaras municipais investem em conteúdo interessante ?  Será que vale à pena investir quase tudo que tem em sistemas de transmissão, equipamentos de meio e grande porte, e volume de técnicos ao invés de ter foco em talentos e conteúdo único capaz de gerar audiência?

Fazer TV para documentar como registro audiovisual a sessão e as atividades do legislativo é uma coisa.  Mas não vejo como tanta coisa assim…Um meio audiovisual deveria ser usado como meio de comunicação, ter originalidade e angariar interesse.

Esse contexto a meu ver favorece enormemente câmaras municipais de pequeno e médio porte que investirem em TV exclusivamente web e TV nas redes sociais, na base de posts.  Menos amarradas com estruturas pesadas e cheias de pessoal, poderão quem sabe, focar a maior parte de suas energias em conteúdo e criatividade, que é o que interessa de verdade.

Sergio Lerrer é editor do Portal Pro Legislativo, especialista em comunicação legislativa

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