Parlamentos Metropolitanos: um canal para a racionalidade administrativa
Artigo do Publisher do Portal Pro Legislativo, Jornalista Sergio Lerrer, a respeito de efetivamente os Parlamentos Metropolitanos serem plataformas de soluções regionais, através de um diálogo que conduza ao uso de recursos de maneira organizada e conjunta e não apenas com foco municipal.
“Algumas vezes que estive em encontros de parlamentos metropolitanos o desencanto foi grande. Encontrei vereadores reunidos para intercâmbio social, troca de informações genéricas e muito pouca efetividade no que poderia ser feito em conjunto.
Cada vez mais os problemas urbanos são mais e mais complexos, e as deficiências de transporte, saúde, educação e outras dificilmente poderão ser resolvidas apenas com mais recursos. A União não tem e nem terá recursos suficientes para equipar o aparelho público de maneira máxima individualmente em cada município.
Temos no cenário brasileiro cidades com hospitais e sem médicos. Cidades com médicos e sem instalações. Cidades com oferta de emprego e sem candidatos, e sem transporte que viabilize a ocupação de vagas. E ao lado delas, cidades com pessoas desempregadas em excesso.
Ou seja, os municípios tentam resolver seus problemas sozinhos, acreditando que quem grita mais leva mais, pressionando seus deputados e seus contatos. Com arrecadação fraca, a competição é por quem consegue tirar mais verbas da união, mostrar seus problemas como mais urgentes.
Talvez devessem olhar para os lados, e ver o que poderiam fazer colaborativamente, acrescentando um ao outro, ao invés de competirem entre si. Juntarem os recursos possíveis e fazerem um bom e completo Hospital regional ao invés de diversas estruturas precárias e insuficientes. Até mesmo partilharem equipes de saúde, equipes educacionais, incentivarem a circulação do comércio intermunicipal, fomentarem a vinda conjunta de indústrias, criarem grupos de trabalho comuns com seu secretariado.
O fato é que estamos em um momento que desperdiçar recursos é um verdadeiro insulto. Querer fazer ações pela metade ou de forma avulsa é administrar sem pensar no impacto social.
Os Parlamentos Metropolitanos poderiam ser os Fóruns de discussão de saídas econômicas e políticas públicas em comum mais maturas, mais consequentes, otimizando recursos e empenho político de toda região. Seriam estes parlamentos os espaços naturais de diálogos e criação de processos administrativos mais engenhosos, voltados para benefícios de mais e mais pessoas e não apenas para um município.
É preciso otimizar o tempo e os recursos públicos. A união do planejamento público com alcance regional poderia começar pelos Parlamentos Metropolitanos. Eles já estão aí e são sub utilizados. Podem vir a ser, de fato, a melhor plataforma política para o desenvolvimento regional inteligente e eficaz”.
Sergio Lerrer, jornalista
Publisher do Pro Legislativo