O empoderamento do Legislativo passa por abertura sem medo para a sociedade

Empoderamento do Legislativo 1

 

Receio político, receio de perder autoridade, receio de perder o controle e receio de perder o respeito de seus pares.

São estes os motivos ocultos que são fáceis de perceber nos dirigentes dos legislativos como um todo quando se fala em mudar as práticas na forma de lidar com a sociedade.

Pressionados em dar governabilidade ao Executivo, nos interesses de varejo dos vereadores e deputados, acabam optando por serem  mais amigos de quem está nos “castelos” políticos do que da sociedade. Esse é o motivo de abrir-se um enorme “fosso” em suas atividades para falar de perto realmente com os cidadãos.

Acabam dando razão aos críticos que alegam estarem as estruturas de poder no país, seja qual forem, destroçadas, corrompidas e descredibilizadas. É a visão de “terra arrasada” que reforça o discurso perigoso da não-política ou da democracia direta, sem representantes eleitos e apenas delegados por grupos e movimentos sociais.

A sociedade como um rio que vai para o mar, caso não encontre nos caminhos / canais construídos a forma de fluir, busca sempre outros improvisados ou alternativos como maneira de prosseguir vivendo. Então se o Legislativo não faz o seu papel a altura, “dane-se” o legislativo.

O momento crítico de desconstrução do exercício da política no país fortalece a impunidade, a corrupção e a eleição dos piores.

O espaço está aberto para novas lideranças, para vereadores e deputados capazes de pensarem fora deste eixo estabelecido. Capazes de ousar e abrir o legislativo para a sociedade. Trazer a rua para o plenário e para a frente da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa. Chamar as manifestações para seu entorno como centro de gravidade de debate, da diversidade e da discussão.

Este acolhimento poderia ser o primeiro passo. Ao invés do receio, o chamamento. Ao invés do silêncio, o convite.

Pode ser uma maneira do retorno do Empoderamento do espaço do Legislativo.  Seu enfraquecimento e esvaziamento é notório.  O deficit de planejamento e do pensar das cidades nas Câmaras Municipais grita.

Vereadores especialmente estão perdendo uma grande oportunidade. A chamada geração X, Y e Z que está construindo o mundo no qual vivemos interessa-se sobretudo pelas cidades. Quer participar da melhora da qualidade de vida no espaço urbano. Quer ser ouvida e tem uma série de propostas e soluções.

Mas alguém convida, alguém dinamiza esta relação ?

As lideranças municipais capazes de entender este momento poderão ter grande receptividade, grande aceitação e ao invés do receio, colher o apoio de quem de fato interessa, a sociedade.

 

Sergio Daniel Lerrer

Jornalista especializado em Comunicação Pública – Publisher do Portal PRO LEGISLATIVO

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