MUCO – O Museu da Corrupção pode ser visitado onde quer que você esteja

Museu da Corrupção
O Museu da Corrupção é um conceito moderno de museu da Era Digital, correspondente a iniciativas similares existentes em Universidades de ponta do mundo acadêmico, ou instituições de referência em documentação, como a Shoah Foundation, criada pelo cineasta Steven Spielberg.
No mundo construído pela geração X, Y e Z tudo tem que estar ao alcance de um simples click e acessível de forma instantânea.

Mesmo nesta nossa sociedade contemporânea , com mais de uma década de forte impacto da internet sobre a realidade da vida material, o MUCO – Museu da Corrupção é um dos pioneiros no Brasil enquanto exclusivamente Museu Virtual.
Deste ponto de vista é um museu aberto, democrático, para consultas e estudos livres e que mesmo no ambiente de web procura reproduzir os ambientes existentes em um museu físico.

Iniciativa e a História da Corrupção no Brasil

Ao contrário do que muitos pensam, a corrupção tem uma longa história no Brasil e também deixou seus rastros nos fatos desde nosso descobrimento. Apesar de hoje, dado ao volume de meios de comunicação, a corrupção ter muito mais evidência, ela é uma presença recorrente na narrativa da sociedade brasileira, na crônica de costumes e na crônica política.

Partindo do princípio de que o conhecimento e os relatos sobre a corrupção formam um legado, uma construção de comportamento e caráter ético de uma democracia, o jornalista Moisés Rabinovici empreendeu a ideia do Museu da Corrupção como um desafio pessoal. “Não deixar que a corrupção de hoje caia no esquecimento”.
As histórias de corrupção passaram então a ser acolhidas, selecionadas e catalogadas pela equipe liderada pelo jornalista. É possível pesquisar no Museu por uma linha histórica. Ou simplesmente atender o convite das Galerias e Salas em Destaque na semana e no mês, como em um museu comum.

Há por exemplo espaço especial para os escândalos da Petrobrás. Ou do banqueiro e mecenas de arte do Banco Santos Edemar Cid Ferreira. Há opções para todos os gostos.

E o Museu tornou-se internacional, pois passou a receber conteúdos colaborativos diretamente da França,com exclusividade.

edemar

Trajetória

O jornalista Moisés Rabinovici tem carreira de expressão nos meios de comunicação brasileiros. Como marca de sua trajetória, foi correspondente por muitos anos no Oriente Médio e Washington para veículos como Jornal da Tarde e o jornal O Estado de São Paulo. Passou pela BBC também. Teve a oportunidade de acompanhar e fazer relatos de grandes transformações do mundo nos últimos 30 anos.

Atualmente é Diretor de Redação do Diário do Comércio, jornal publicado pela Associação Comercial de São Paulo.

Enquanto isso, toca o Museu da Corrupção como uma contribuição singular para não permitir que se perca esse lado da história que também aponta um aspecto correlato da construção da democracia e da sociedade brasileira. Faz assim um serviço para o presente e para o futuro, as vezes incômodo aos partidos e agentes políticos envolvidos direta ou indiretamente nos casos, porém fundamental para o pilar da cidadania.

Para visitar o MUSEU DA CORRUPÇÃO CLIQUE AQUI

A Redação do Portal PRO LEGISLATIVO esteve com o jornalista Moisés Rabinovici e fez uma entrevista com o empreendedor e curador do Museu da Corrupção:

Moisés Rabinovici

Redação: Qual o ponto de partida da ideia do Museu da Corrupção ?
​Moisés Rabinovici: Aconteceu que senti urgência de preservar os casos de corrupção na manchete dos jornais de ontem que são derrubados pelos casos descobertos hoje. Constatei que, ao cair, superado por um melhor, o caso de corrupção acaba sendo aos poucos esquecido, até morrer na memória coletiva. Foi isso: a ideia de colecionar para memorizar, não perder. E assim veio a necessidade de organizar os casos, dar-lhes o passado, ou a CPI de que foram alvo, as datas de conclusão de processos, o veredito, se julgados. Daí partiu-se para o prédio, a distribuição de salas, a lojinha que tem em todo museu, uma biblioteca e uma área para a exibição do caso de corrupção que está na ordem do dia.
Redação: Existe uma história da corrupção no Brasil ?​
Moisés Rabinovici: No site do MuCo temos​ um historiador que marca o início da corrupção com o descobrimento do Brasil​. De fato, nos arquivos da Torre do Tombo, em Portugal, vários processos relatam o exílio forçado de corruptores para o Brasil. Vinham nas caravelas negociantes que deram golpes, estelionatários e outros. Mas não sei se existe um livro que narre a história da corrupção no Brasil com começo, meio e fim. Existem os que pinçam casos que foram escandalosos na época em que aconteceram. No site lê-se também um apanhado bíblico da corrupção, a partir das moedas recebidas por Judas.
Redação: Tem algum parâmetro para se dizer que antes ou agora se roubava mais no setor público ?
Moisés Rabinovici: ​Ou hoje sabemos mais, e por isso os casos de corrupção afloram, ou a corrupção hoje é maior mesmo, superando-se a cada dia. Quando se imagina que não é possível que ocorra algo maior, eis que o desmentido nos surpreende. O que é o Mensalão diante do grande roubo na Petrobras? E o que está por vir, com a delação premiada de dois operadores dos últimos casos descobertos.
Redação: O Museu da Corrupção, enquanto ferramenta virtual, pode ser muito útil para docentes e estudantes ?
Moisés Rabinovici:​ O MuCo deve se tornar uma referência para quem pesquisa casos isolados ou a corrupção em geral no Brasil. Por isso, o MuCo não deve ter um dono, hoje eu e o jornal para o ​
​qual trabalho. Abro mão da paternidade se confrontado com um projeto de regularizar a alimentação do site, enriquecê-lo com mais exibições (tenho muitas ideias que acho pontos de partida para outras), e que preveja o trabalho de um curador, para ir arrumando os arquivos, criando links interessantes, aliando-se a outras ONGs que lutam contra a corrupção no Brasil e no mundo.
Redação: Qual é o formato de alimentação de informação ? É colaborativo ?

Moisés Rabinovici: Hoje alimentamos o MuCo com o noticiário que recebemos da Agência Estadão e Globo. Usamos antes a Folhapress também. Mas há muito o que fazer, como rechear os casos com pesquisa, com editoriais dos jornais (a quem pediríamos permissão de reproduzir, com o devido crédito, ou via link), e a partir disso enriquecer outras áreas, como na lojinha acrescentar cartão postal de Pasadena, abrir espaço para explicar como trabalha um doleiro, dar o mapa dos paraísos fiscais pelo mundo, com suas leis e regras sempre mudando; passar filmes ou áudios com entrevistas de gente ligado aos casos que adentram o museu, ou acadêmicos que os expliquem e comentem. É infindável​
​o que dá para fazer. E quanto mais formos completos, mais seremos úteis.​
Redação: O conceito de transparência começou a ser firmado constitucionalmente com a Lei de
Acesso à Informação. Vem ajudando no seu entender ou ainda falta muito ?
Moisés Rabinovici: ​Para o MuCo a Lei de Acesso à Informação pouco contribuiu. Porque, para aproveitá-la, teríamos que ter gente que fosse atrás de informações que queremos expor, ou ​
​que fazem sentido para mais compreensão de um caso. E não dispomos de ninguém. Talvez parcerias com o Transparência Brasil supririam essa demanda, ou com outros sites que investigam o tempo todo o que será possível garimpar aproveitando a Lei de Acesso.
Redação: Corrupção velha e que não possa ser explorada já politicamente é esquecida ?
Moisés Rabinovici: ​Esquecida, sim. Mas continua a correr lentamente na Justiça. É preciso sempre atualizar o MuCo. Vai que um suspeito de corrupção hoje é absolvido amanhã. Tivemos já casos de recebermos de ad​vogados sentença de absolvição. Não se trata então de deletar a história, mas de encerrá-la com um veredicto, e arquivá-la em outra área do museu.
Redação: Tem uma galeria ou ala que seja o maior sucesso de audiência ?​
Moisés Rabinovici: Posso providenciar um mapa dos acessos a cada área do MuCo. Mudam com as novidades. Hoje temos consultas aos casos ligados à Petrobras. Mas o visitante percorre depois outras áreas. Temos isso mapeado. Como museu, porém, gostaria de ter uma sala com a escultura em cera dos principais personagens que abrigamos. ​Seria um Museu de Cera bem específico. É inesgotável o que há para ser feito.

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