Em breve, os Millenials serão a maioria entre os eleitores

Millenials

O mundo já é “millenial”. Em breve a maioria do eleitorado será “millenial”. Mas os Estados e Governos não estão sendo conduzidos pelos “millenials”. Artigo de Sergio Lerrer, publisher do Portal Pro Legislativo. 

Geração Boomer envelhecida, geração Baby Boomer aposentada e em processo de saída da economia ativa, a maior parte do eleitorado brasileiro nos próximos 10 a 15 anos será composta pelos nascidos na Era da Internet.

Assim como o Rádio mudou a perspectiva de comunicação durante a primeira e a segunda grande Guerra, a Tv impactou os processos eleitorais a partir dos anos 60. E pode ser dizer, tranquilamente,  que a internet já começou a revolucionar o modelo de ativismo democrático.

De uma época onde a comunicação era unilateral – alguém falava em um meio de comunicação e os outros apenas escutavam – a internet possibilita a múltipla interatividade, com questionamentos instantâneos incontroláveis em volume e geograficamente.

Esse é o Dna da geração “Millenial” e sua vontade de protagonismo via novas mídias e novas tecnologias está em seu “chip” natural, já veio instalado.

Os governantes atuais e lideranças políticas tradicionais estão estranhando cada vez mais este novo mundo. No Brasil particularmente estavam acostumados com uma população humilde e conformada, muitas vezes até contente de optar por ausência de exercício político e interesse maior.

Mas os “Millenials” estão provocando uma transformação no ambiente de cidadania, e ao contrário do passado, fazem isso de forma alegre, celebrativa, mas ao menos tempo com uma indignação que traz novo frescor.

Os comandantes dos Poderes da República levam verdadeiro susto ao perceberem que, seus discursos em Rede Nacional de Tv , até então o mais poderoso veículo popular, são insuficientes para fazer calar e mudar o viés daquilo que é dito em redes sociais, blogs, redes de mensagens instantâneas.  Os indivíduos em milhares de interações diárias são capazes de provocar barulho ainda maior.

Se, como se dizia no passado, os mais sábios é que precisam governar, e naturalmente por isso mais velhos, será que estão sendo capazes de acolher de fato as expectativas de sociedade imaginadas pelos “millenials” ?

Será que as lideranças políticas atuais, tradicionais, estão realmente interessadas em absorver os “millenials” ? Ou ainda enxergam esse numeroso grupo como jovens  e “hedonistas da tecnologia” ?

Só que estes “jovens”, já são a soma das gerações X, Y e Z, que chegam aos 40 anos e em breve serão a maior parte do eleitorado brasileiro. A não aproximação deles da política institucional e o desinteresse das lideranças atuais em aproximação, cria um descompasso de comunicação cada vez maior.

Os “millenials” não são desta ou daquela classe econômica. Eles estão nos bairros nobres e na periferia. É um modo de ser, pensar, interagir  e que representa o “estado de alma e comportamento” do mundo conectado.

Diversos “millenials” já comandam médias e grandes empresas. Porém tem quase zero de representatividade nos Governos e nas máquinas de gestão pública. Para eles o Estado representa o que é estático, e eles querem a dinâmica. O Estado representa arrumar o que ficou para trás e eles olham ansiosamente para frente. O Estado significa nivelar pelo mínimo, eles querem o máximo.

O mundo já é “millenial”. Em breve a maioria do eleitorado será “millenial”. Mas os Estados e Governos não estão sendo conduzidos pelos “millenials”.

 

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